A história da Shindo Renmei, a seita nacionalista que aterrorizou a colônia japonesa no Brasil após o fim da Segunda Guerra. Recusando-se a aceitar a notícia da rendição japonesa, a seita promoveu uma verdadeira caçada aos chamados "corações sujos", acusados de traição à pátria pelo crime de acreditar na verdade.
A história da Shindo Renmei, a seita nacionalista que aterrorizou a colônia japonesa no Brasil após o fim da Segunda Guerra. Recusando-se a aceitar a notícia da rendição japonesa, a seita promoveu uma verdadeira caçada aos chamados "corações sujos", acusados de traição à pátria pelo crime de acreditar na verdade.
A Shindo Renmei, ou "Liga do Caminho dos Súditos", nasceu em São Paulo após o fim da Segunda Guerra, em 1945. Para seus seguidores, a notícia da rendição japonesa não passava de uma fraude aliada. Como aceitar a derrota, se em 2600 anos o invencível Japão jamais perdera uma guerra? Em poucos meses a colônia nipônica, composta de mais de 200 mil imigrantes, estava irremediavelmente dividida: de um lado ficavam os kachigumi, os "vitoristas" da Shindo Renmei, apoiados por 80% da comunidade japonesa no Brasil. Do outro, os makegumi, ou "derrotistas", apelidados de "corações sujos" pelos militantes da seita. Militarista e seguidora cega das tradições de seu país, a Shindo Renmei declara guerra aos "corações sujos", acusados de traição à pátria pelo crime de acreditar na verdade. De janeiro de 1946 a fevereiro de 1947, os matadores da Shindo Renmei percorrem o Estado de São Paulo realizando atentados que levam à morte 23 imigrantes e deixam cerca de 150 feridos. Em um ano, mais de 30 mil suspeitos dos crimes são presos pelo DOPS, 381 são condenados e 80 são deportados para o Japão. Nesta sua volta à grande reportagem, Fernando Morais conta a história da seita nacionalista que aterrorizou a colônia japonesa no Brasil.
Prêmio Jabuti 2001 de Melhor Reportagem