LER PARA NÃO ESQUECER | 20 livros para pensar o Golpe de 1964

28/03/2024

Brasil, 1964. Militares de alta patente envolvidos politicamente em uma trama golpista para mudar os rumos da democracia no país.

Ao longo dos meses de março e abril, a Companhia das Letras relembra a escalada da crise que culminou no golpe que depôs o presidente João Goulart e inaugurou 21 anos de ditadura militar no Brasil – de 1964 a 1985.

Com o mote #LerParaNãoEsquecer, esta campanha busca relembrar, com olhar crítico e atento, um passado não tão recente de nossa história, cujas consequências sentimos até hoje.

Desde sua fundação, a Companhia das Letras, em sua defesa por um país republicano e democrático, apostou em um catálogo que fomenta a pluralidade de ideias e o pensamento crítico dos leitores.

Nesta lista trazemos biografias, reportagens, ensaios que jogam luz sobre esses acontecimentos, a partir dos mais variados recortes. Acreditamos no poder da literatura – em todos os seus gêneros – para compreender nossa história e nos ajudar a construir um país mais justo. Os livros também nos lembram de que, mesmo em meio aos períodos mais turbulentos, são as pessoas que agem, combatem e resistem para construir um país democrático – e escrever esses novos começos.

Capas de

1. Castello, de Lira Neto

Nesta biografia de fôlego, Lira Neto destrincha a vida do general que articulou o golpe de 1964 e faz uma arguta reflexão sobre as relações entre os militares e a política no Brasil republicano. Nova edição com prefácio de Heloisa Murgel Starling.

2. Poder camuflado, de Fábio Victor

Com grande fôlego narrativo e acesso a amplo repertório de fontes inéditas, Fabio Victor reconstitui a atuação política dos militares desde a reabertura democrática até o Brasil de Bolsonaro. Prêmio Jabuti 2023 na categoria Biografia e reportagem.

3. Obra autobiográfica, de Celso Furtado

A autobiografia intelectual de um dos maiores pensadores brasileiros no século XX.

4. Olhando para dentro: 1930-1964, de Boris Fausto e Angela de Castro Gomes

De 1930 a 1964 o Brasil mudou profundamente, tendo como marco inicial a Revolução de 1930 e o desfecho, o Golpe de 1964. Para investigar esse período tão diverso e instigante, cinco importantes pesquisadores - Angela de Castro Gomes, Boris Fausto, Letícia Pinheiro, Marcelo de Paiva Abreu e Eliana de Freitas Dutra -, reunidos sob a coordenação da própria Angela de Castro Gomes, se debruçaram sobre os principais eventos da vida política, social, econômica e cultural do Brasil para rever, redescobrir e debater fatos, conceitos e interpretações da história do país.

5. Almanaque 1964, de Ana Maria Bahiana

Um passeio delicioso e instrutivo sobre um tempo que ajudou a definir com violência e paixão o mundo de hoje.

Capas de

6. Brasil: uma biografia, de Lilia Schwarcz e Heloisa Starling

Com linguagem fluente, acesso a documentação inédita e profundo rigor na pesquisa, Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling traçam um retrato de corpo inteiro do país, e mostram que o Brasil bem merecia uma nova história. Edição com novo pós-escrito das autoras.

7. A política nos quarteis, de Maud Chirio

Capitães amotinados e coronéis conspiradores; generais que caíram em desgraça e políticos golpistas dissidentes. A historiadora francesa Maud Chirio revela um ponto de vista original sobre o regime militar brasileiro ao retratar a intensa vida política dentro das Forças Armadas durante o período. Seu foco são os oficiais de patentes médias ou inferiores, que foram a favor do golpe de 1964, mas terminaram sendo politicamente derrotados.

8. Vozes do Golpe, de Moacyr Scliar, Zuenir Ventura e Luis Fernando Veríssimo

Dois relatos pessoais e duas histórias de ficção sobre o golpe militar de 1964. Em narrativas inéditas, Verissimo, Ventura e Scliar relembram o clima da época, reconstituem os últimos momentos do governo João Goulart e refazem, com olhos de hoje, a experiência de quem viu surgir e viveu a ditadura, um dos períodos mais terríveis da história brasileira.

9. O espírito militar, de Celso Castro

Fruto da primeira pesquisa antropológica realizada numa instituição das Forças Armadas brasileiras, O espírito militar tornou-se a maior referência nos estudos da área e hoje ganha nova edição, revista e ampliada.

10. Tanques e togas, de Felipe Recondo

Baseado em ampla pesquisa histórica com documentação inédita, o jornalista Felipe Recondo apresenta, em Tanques e togas, o mais completo relato sobre o papel do Supremo Tribunal Federal durante os anos de ditadura.

Capas de

11. Trancredo Neves: O príncipe civil, de Plínio Fraga

A vida e o legado do político que se tornou símbolo da redemocratização brasileira.

12. A feijoada que derrubou o governo, de Joel Silveira

Joel Silveira foi um dos pioneiros do jornalismo literário no Brasil. A feijoada que derrubou o governo reúne artigos, reportagens e crônicas sobre a política brasileira e internacional, contadas por esta verdadeira fera do texto jornalístico. Posfácio de Leão Serva.

13. Feliz ano velho, de Marcelo Rubens Paiva

Um clássico da não ficção brasileira lançado em 1982, o livro marca a estreia de Marcelo Rubens Paiva na literatura e desde então vem conquistando gerações de leitores com sua prosa tocante e ao mesmo tempo irreverente.

14. A Torre, de Luiza Villaméa

Uma lição de resistência, solidariedade e amor à vida que um grupo de presas políticas foi capaz de produzir em reação à violência da ditadura.

15. Herói mutilado, de Laura Mattos

Um livro extremamente atual, que chama a atenção para o fato de que a censura conta com o suporte de parte da sociedade e sempre terá, na ditadura ou na democracia, defensores confessos e aqueles que levantam a bandeira da liberdade de expressão, desde que concordem com o que é dito.

Capas de

16. K.: relato de uma busca, de B. Kucinski

Em 1974, a irmã de Bernardo Kucinski, professora de Química na Universidade de São Paulo, é presa pelos militares ao lado do marido e desaparece sem deixar rastros. O pai dela, dono de uma loja no Bom Retiro e judeu imigrante que na juventude fora preso por suas atividades políticas, inicia então uma busca incansável pela filha e depara com a muralha de silêncio em torno do desaparecimento dos presos políticos. K. narra a história dessa busca.

17. Narciso em férias, de Caetano Veloso

Neste livro, volume avulso do capítulo homônimo de Verdade tropical, Caetano Veloso relata o impacto brutal que os 54 dias vividos no cárcere em 1968 deixariam em sua vida – não apenas pela dimensão política, mas também pela perspectiva psicológica e artística.

18. Sobre o autoritarismo brasileiro, de Lilia Schwarcz

Valendo-se de uma ampla reunião de dados estatísticos, Lilia M. Schwarcz examina algumas das raízes do autoritarismo brasileiro, bastante antigas e arraigadas, embora frequentemente mascaradas pela mitologia nacional.

19. Passados presentes, de Rodrigo Patto Sá Motta

Enfrentando os discursos falaciosos de exaltação ao golpe de 1964 e à ditadura militar – cada vez mais disseminados em época de fake news –, este livro repassa a história de mais de vinte anos de ditadura no Brasil, oferecendo argumentos e dados para uma reflexão criteriosa sobre o nosso recente passado autoritário, que insiste em se fazer presente.

20. A máquina do golpe - vol. 1: Engrenagens militares e apoio externo, de Heloísa M. Starling

Recuperando com riqueza de detalhes o estopim da deflagração do golpe de 1964, Heloisa Murgel Starling esmiúça os antecedentes que pavimentaram a derrubada da presidência de João Goulart e deram início a uma ditadura militar de 21 anos. Primeira parte disponível apenas em formato digital.


Os livros presentes nesta lista e mais leituras para não esquecer dos 60 anos do Golpe de 1964, você encontra em uma seleção especial do nosso site.

 

Leia também: LER PARA NÃO ESQUECER | A cronologia do Golpe de 1964, que completa 60 anos em 2024

 

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