
LER PARA NÃO ESQUECER | A cronologia do Golpe de 1964, que completa 60 anos em 2024
Relembre a linha do tempo do Golpe de 1964 a partir de seus acontecimentos mais marcantes
Brasil, 1964. Militares de alta patente envolvidos politicamente em uma trama golpista para mudar os rumos da democracia no país.
Ao longo dos meses de março e abril, a Companhia das Letras relembra a escalada da crise que culminou no golpe que depôs o presidente João Goulart e inaugurou 21 anos de ditadura militar no Brasil – de 1964 a 1985.
Com o mote #LerParaNãoEsquecer, esta campanha busca relembrar, com olhar crítico e atento, um passado não tão recente de nossa história, cujas consequências sentimos até hoje.
Desde sua fundação, a Companhia das Letras, em sua defesa por um país republicano e democrático, apostou em um catálogo que fomenta a pluralidade de ideias e o pensamento crítico dos leitores.
Nesta lista trazemos biografias, reportagens, ensaios que jogam luz sobre esses acontecimentos, a partir dos mais variados recortes. Acreditamos no poder da literatura – em todos os seus gêneros – para compreender nossa história e nos ajudar a construir um país mais justo. Os livros também nos lembram de que, mesmo em meio aos períodos mais turbulentos, são as pessoas que agem, combatem e resistem para construir um país democrático – e escrever esses novos começos.
Nesta biografia de fôlego, Lira Neto destrincha a vida do general que articulou o golpe de 1964 e faz uma arguta reflexão sobre as relações entre os militares e a política no Brasil republicano. Nova edição com prefácio de Heloisa Murgel Starling.
Com grande fôlego narrativo e acesso a amplo repertório de fontes inéditas, Fabio Victor reconstitui a atuação política dos militares desde a reabertura democrática até o Brasil de Bolsonaro. Prêmio Jabuti 2023 na categoria Biografia e reportagem.
A autobiografia intelectual de um dos maiores pensadores brasileiros no século XX.
De 1930 a 1964 o Brasil mudou profundamente, tendo como marco inicial a Revolução de 1930 e o desfecho, o Golpe de 1964. Para investigar esse período tão diverso e instigante, cinco importantes pesquisadores - Angela de Castro Gomes, Boris Fausto, Letícia Pinheiro, Marcelo de Paiva Abreu e Eliana de Freitas Dutra -, reunidos sob a coordenação da própria Angela de Castro Gomes, se debruçaram sobre os principais eventos da vida política, social, econômica e cultural do Brasil para rever, redescobrir e debater fatos, conceitos e interpretações da história do país.
Um passeio delicioso e instrutivo sobre um tempo que ajudou a definir com violência e paixão o mundo de hoje.
Com linguagem fluente, acesso a documentação inédita e profundo rigor na pesquisa, Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling traçam um retrato de corpo inteiro do país, e mostram que o Brasil bem merecia uma nova história. Edição com novo pós-escrito das autoras.
Capitães amotinados e coronéis conspiradores; generais que caíram em desgraça e políticos golpistas dissidentes. A historiadora francesa Maud Chirio revela um ponto de vista original sobre o regime militar brasileiro ao retratar a intensa vida política dentro das Forças Armadas durante o período. Seu foco são os oficiais de patentes médias ou inferiores, que foram a favor do golpe de 1964, mas terminaram sendo politicamente derrotados.
Dois relatos pessoais e duas histórias de ficção sobre o golpe militar de 1964. Em narrativas inéditas, Verissimo, Ventura e Scliar relembram o clima da época, reconstituem os últimos momentos do governo João Goulart e refazem, com olhos de hoje, a experiência de quem viu surgir e viveu a ditadura, um dos períodos mais terríveis da história brasileira.
Fruto da primeira pesquisa antropológica realizada numa instituição das Forças Armadas brasileiras, O espírito militar tornou-se a maior referência nos estudos da área e hoje ganha nova edição, revista e ampliada.
Baseado em ampla pesquisa histórica com documentação inédita, o jornalista Felipe Recondo apresenta, em Tanques e togas, o mais completo relato sobre o papel do Supremo Tribunal Federal durante os anos de ditadura.
A vida e o legado do político que se tornou símbolo da redemocratização brasileira.
Joel Silveira foi um dos pioneiros do jornalismo literário no Brasil. A feijoada que derrubou o governo reúne artigos, reportagens e crônicas sobre a política brasileira e internacional, contadas por esta verdadeira fera do texto jornalístico. Posfácio de Leão Serva.
Um clássico da não ficção brasileira lançado em 1982, o livro marca a estreia de Marcelo Rubens Paiva na literatura e desde então vem conquistando gerações de leitores com sua prosa tocante e ao mesmo tempo irreverente.
Uma lição de resistência, solidariedade e amor à vida que um grupo de presas políticas foi capaz de produzir em reação à violência da ditadura.
Um livro extremamente atual, que chama a atenção para o fato de que a censura conta com o suporte de parte da sociedade e sempre terá, na ditadura ou na democracia, defensores confessos e aqueles que levantam a bandeira da liberdade de expressão, desde que concordem com o que é dito.
Em 1974, a irmã de Bernardo Kucinski, professora de Química na Universidade de São Paulo, é presa pelos militares ao lado do marido e desaparece sem deixar rastros. O pai dela, dono de uma loja no Bom Retiro e judeu imigrante que na juventude fora preso por suas atividades políticas, inicia então uma busca incansável pela filha e depara com a muralha de silêncio em torno do desaparecimento dos presos políticos. K. narra a história dessa busca.
Neste livro, volume avulso do capítulo homônimo de Verdade tropical, Caetano Veloso relata o impacto brutal que os 54 dias vividos no cárcere em 1968 deixariam em sua vida – não apenas pela dimensão política, mas também pela perspectiva psicológica e artística.
Valendo-se de uma ampla reunião de dados estatísticos, Lilia M. Schwarcz examina algumas das raízes do autoritarismo brasileiro, bastante antigas e arraigadas, embora frequentemente mascaradas pela mitologia nacional.
Enfrentando os discursos falaciosos de exaltação ao golpe de 1964 e à ditadura militar – cada vez mais disseminados em época de fake news –, este livro repassa a história de mais de vinte anos de ditadura no Brasil, oferecendo argumentos e dados para uma reflexão criteriosa sobre o nosso recente passado autoritário, que insiste em se fazer presente.
Recuperando com riqueza de detalhes o estopim da deflagração do golpe de 1964, Heloisa Murgel Starling esmiúça os antecedentes que pavimentaram a derrubada da presidência de João Goulart e deram início a uma ditadura militar de 21 anos. Primeira parte disponível apenas em formato digital.
Os livros presentes nesta lista e mais leituras para não esquecer dos 60 anos do Golpe de 1964, você encontra em uma seleção especial do nosso site.
Relembre a linha do tempo do Golpe de 1964 a partir de seus acontecimentos mais marcantes
Confira a programação completa do festival da Companhia das Letras em parceria com a Folha de S.Paulo.
Em junho, chega às livrarias "Memórias do cacique" — a trajetória de um dos mais influentes líderes indígenas contemporâneos.