É muito provável que os nomes que colocamos nesta lista não sejam exatamente uma novidade para você. Mas, apesar de conhecer os talentos e feitos de cada uma dessas personalidades, temos uma pergunta: você já tinha olhado para elas como Pessoas com Deficiência (PcD)?
O Brasil tem mais de 18,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência - visível ou não -, o que corresponde a 8,9% da população brasileira acima dos 2 anos. Pense nas pessoas que você conhece. Pense em todos as pessoas famosas. Pelas estatísticas, quase 2 a cada 10 delas possuem algum tipo de deficiência -mas pouca gente fala sobre isso. Por que será?
Reconhecer pessoas que brilham em diferentes áreas, também como pessoas com deficiência é fundamental para lembrar que elas podem - e devem cada vez mais - ocupar espaços de importância, de relevância, de reconhecimento. É um jeito de lembrar que fazer algumas coisas de forma diferente - seja andar, seja falar, seja pensar - não quer dizer fazer pior ou de forma menos relevante: é só diferente. Quem você acrescentaria a essa lista?
Greta Thunberg
Na descrição de seu perfil no instagram, ela se descreve como "ativista autista pela justiça climática”. Nascida na Suécia, em 2003, Greta tomou conhecimento da crise climática aos oito anos de idade. Aos 11, foi diagnosticada com Síndrome de Asperger, uma categoria dentro do espectro autista. Aos 15, organizou a primeira “Greve Escolar pelo Clima” (School Strike for Climate, em inglês), um protesto que ganhou relevância na mídia e inspirou outros jovens e adultos a se juntarem à luta por justiça climática, iniciando um movimento global. Greta já discursou para os maiores líderes do planeta - e cruzou o oceano de iate para falar na Organização das Nações Unidas (ONU) - e também foi presa diversas vezes por seus protestos. Em entrevista à BBC, ela se referiu ao Aspenger como um “superpoder” e declarou que “se fosse como todo mundo, não teria iniciado uma greve escolar”. Ela é autora de O livro do clima (Companhia das Letrinhas, 2023), um guia para todos que quiserem se juntar à luta pelo clima.
Dav Pilkey
Dav é autor de mais de 60 livros para crianças, entre eles os grandes sucessos Capitão Cueca, O homem-cão e O clube do Pepezinho. Quem vê o estrondoso sucesso literário nem desconfia que, quando criança, ele sofria na escola por ter Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) além de dislexia. Dav era “o palhaço” da turma, o que lhe rendia punições frequentes por mal comportamento. Ele costumava passar grande parte do período escolar de castigo, do lado de fora da sala. A dislexia também trouxe a Dav mais dificuldade com as letras, o que fez com que ele aprimorasse suas habilidades com o desenho. Não demorou muito para que começasse a criar seus próprios personagens e histórias… daí a começar a produzir histórias em quadrinhos foi um pulo.
Jordan Scott
O premiado autor e poeta canadense relatou em Eu falo como um Rio (Pequena Zahar, 2023) uma experiência pessoal de quando ele ainda era criança. Na história, o menino ouvia os sons todos do mundo… mas não conseguia repeti-los e precisava lidar com essa angústia. A obra, escolhida como a melhor livro do ano pelo jornal New York Times, eleito melhor do ano também pelo The Wall Street Journal, fala não só sobre a gagueira - que no Brasil é considerada deficiência desde 2001 - mas, sobretudo, sobre empatia.
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