Entre pinceis e livros: os artistas plásticos que se tornaram autores de livros infantis

25/04/2025

Literatura é arte. 


E nos livros para as infâncias, cada vez mais vemos a força das imagens para narrar as histórias, em total coreografia com o texto e o design - principalmente nos livros ilustrados - as obras muitas vezes se aproximam de um outro tipo de arte: as artes visuais. Não é de se espantar que muitos artistas plásticos tenham direcionado suas carreiras para a criação de livros. Muitos relatam, inclusive, que em certo momento precisaram tomar uma decisão: se definirem como artistas ou como ilustradores, um ofício ainda considerado de menor prestígio. É uma encruzilhada em um terreno muitas vezes movediço.

Nem todo - de Marcelo tolentino

Nem todo autor também é artista - mas alguns são. Ilustração de Nem todo (Companhia das Letrinhas, 2024), de Marcelo Tolentino, um autor que é também artista


Na prática, a fronteira entre produzir ilustrações para estampar páginas de livros ou paredes de museu nem sempre está definida. A Galeria Página, na Vila Madalena em São Paulo (SP), é um exemplo disso. Ela foi criada especialmente como espaço de exposição de obras visuais literárias - e atualmente exibe a mostra Refloresta - 30 anos de Lalau e Laurabeatriz, que comemora as três décadas de produção da dupla na literatura infantil.


Laurabeatriz está entre os  artistas visuais que se tornaram autores, trazendo mais arte à literatura e vice-versa. Conheça outros que também embarcaram nessa jornada:

Lalau e Laurabeatriz

Laurabeatriz é artista plástica e faz parte do estúdio Gato Azul, de criação, arte e design. Em uma longeva parceria com o também autor Lalau, a dupla já publicou mais de 70 títulos e celebrou em 2024 30 anos de história. A dupla é particularmente conhecida pela série Brasileirinhos, que retrata a fauna brasileira com poesia e ilustrações cativantes. 


LEIA MAIS: Lalau e Laurabeatriz: 30 anos escrevendo e desenhando a natureza da poesia

Marcelo Tolentino
Marcelo Tolentino além de ter formação em design gráfico pela Escola Panamericana de Artes e em comunicação social pela ESPM, sempre se entendeu como artista plástico e é também professor de arte. É autor de Domingo (Companhia das Letrinhas, 2023), Papai, ó! (Pequena Zahar, 2024), Nem todo (Companhia das Letrinhas, 2024) e O mundo seria mais legal (Companhia das Letrinhas, 2017).

 

Renato Moriconi
Renato Moriconi estudou artes plásticas e design - e trabalha com ilustração desde os 14 anos, quando foi contratado por uma editora. Hoje, é uma das grandes referências do livro ilustrado, assinando obras como Bárbaro (Companhia das Letrinhas, 2013), já considerada um clássico. No Grupo Companhia das Letras, começou ilustrando as obras Bocejo (Companhia das Letrinhas, 2012), Telefone sem fio (Companhia das Letrinhas, 2010) e Caras animalescas (Companhia das Letrinhas, 2013), todas em parceria com Ilan Brenman. E como autor publicou Uma planta muito faminta (Companhia das Letrinhas, 2021) e Estátua! (Companhia das Letrinhas, 2024) , além de traduzir Uma lagarta muito comilona (Companhia das Letrinhas, 2025), de Eric Carle.

 

Paty Wolff
Paty Wolff é uma multiartista. Transita entre telas, esculturas, cerâmica, teatro. No mesmo ano em que foi indicada ao Prêmio Pipa 2025, também publicou seu primeiro livro pelo Grupo Companhia das Letras: Azul Haiti (Companhia das Letrinhas, 2025), que conta a história de uma família haitiana criando raízes no Brasil, sem deixar para trás suas origens.

Janaina Tokitaka

Janaina Tokitaka é artista plástica de formação e uma entusiasta de todo tipo de história. Além de ser autora de mais de 20 obras infantis, também atua como roteirista. Pelo Grupo Companhia das Letras, publicou diversas obras - tanto como autora quanto como ilustradora. Ela assina texto e imagens de Almoço de família (Companhia das Letrinhas, 2023), Coelhos lunares (Brinque-Book, 2011), ABCDelas (Companhia das Letrinhas, 2019), entre outros. 

Aline Abreu


Aline Abreu tem mais de 20 obras publicadas, entre as que ilustrou e escreveu. No Grupo Companhia das Letras, é autora de dois livros para leitores da primeiríssima infância: Tá chegando? (Companhia das Letrinhas, 2023) e Achou? (Companhia das Letrinhas, 2021). É formada em artes visuais além de mestre em crítica literária. Ela também ministra oficinas de ilustração.

 

Lúcia Hiratsuka

Lúcia Hiratsuka nasceu no interior de São Paulo é vencedora do prêmio Jabuti com . Em suas obras, utiliza a técnica do sumiê, um tipo de pintura japonesa. Pelo Grupo Companhia das Letras, é autora de Orie (Pequena Zahar, 2014), Amanhã (Pequena Zahar, 2022) e Chão de peixes (Pequena Zahar, 2018), que lhe rendeu dois Jabutis em 2019: Melhor Livro Juvenil e Melhor Ilustração.

 

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