Trecho do livro LAVOISIER NO ANO UM

Capítulo 1 ANCIEN RÉGIME No início do outono de 1793, autoridades da Convenção Nacional Francesa visitaram Antoine Lavoisier em sua residência de Paris: boulevard de la Madeleine, 243. Um quarteirão a oeste nessa rua elegante, as obras na igreja de Saint-Marie Madeleine, projetada no estilo do Partenon grego, haviam sido suspensas desde 1791. Do pórtico clássico inacabado, via-se ao sul, descendo-se pela rue Royale, a Place de la Révolution, onde a guilhotina logo seria instalada. O dr. Guillotin, assim como Lavoisier membro da elite científica parisiense, havia criado o dispositivo como uma substituição humana e civilizadora à brutalidade dos machados e cordas. Ficaria chocado como qualquer outro ao ver sua idéia se transformar numa das armas de terror mais apavorantes que o mundo ocidental já conheceu. As autoridades haviam vindo, em nome do temido "Comitê de Salvação Pública", revistar e confiscar os papéis de Lavoisier. No final, não encontraram nada suspeito, exceto correspondência em línguas estrangeiras (inglês e italiano) de colegas cientistas: Lazzaro Spallanzani, Joseph Priestley, Joseph Black, Benjamin Franklin. Lavoisier foi autorizado a aplicar seu selo pessoal ao maço apreendido. Provavelmente temia que documentos mais perigosos pudessem ser acrescentados ao pacote por seus inimigos, embora o boletim da ocorrência afirmasse que "não é por desconfiança que ele solicita essa precaução, mas em prol da ordem". A data, de acordo com o Calendário Revolucionário Francês, era 24 frutidor do Ano Um, ainda que nem Lavoisier, nem mais ninguém soubesse disso. Para eles, aquele dia era 10 de setembro de 1793. O Calendário Revolucionário Francês, embora datado a partir do estabelecimento da República Francesa, em 22 de setembro de 1792, só foi promulgado e adotado em outubro de 1793. Portanto, o Ano Um existia apenas em retrospecto; ninguém o experimentou diretamente. Mesmo assim tinha importância. Antes do Ano Um, a vida e a carreira de Lavoisier haviam decorrido sem problemas na estrutura social da monarquia Bourbon. Daquela época em diante, sua vida e obra seriam reexaminadas no contexto novo e perigoso da revolução e do terror. O Calendário Revolucionário Francês visava livrar a medição do tempo da mão autoritária da religião - e depurar o calendário juliano das excentricidades matemáticas. O calendário reformado operava com base dez, dividindo cada mês em três ciclos de dez dias, e cada dia em dez períodos de cem minutos com cem segundos cada. O próprio Lavoisier foi um defensor do calendário reformado, e em 1793 trabalhava ativamente em prol de uma reforma paralela do sistema de pesos e medidas. O método decimalizado de medição mostrou-se bem mais duradouro que o Calendário Revolucionário Francês e permanece até hoje como o sistema métrico padrão. Em 24 frutidor do Ano Um, outro colega cientista de Lavoisier, Antoine-François de Fourcroy, veio com as outras autoridades ao boulevard de la Madeleine a fim de pegar de volta instrumentos de que Lavoisier fazia uso para o projeto de pesos e medidas - um mau presságio, pois Lavoisier havia calculado que a participação no projeto público garantiria sua passagem segura pelos tempos turbulentos. Se Lavoisier tivesse entendido corretamente o perigo que o novo contexto social radical do ainda não declarado Ano Um representava para ele, talvez tivesse fugido do país. Ao que parece, ele não percebeu a extensão do risco que corria, embora em outros contextos tivesse compreendido - melhor do que qualquer outro cientista de sua época - a importância crucial de mudanças radicais no ponto de vista. O que Lavoisier denominava "le principe oxygine", cuja descoberta garantiria seu lugar permanente e proeminente na história da ciência, havia sido descoberto por outros antes dele: Joseph Priestley, que o imaginava como "ar fixo", e Carl Wilhelm Scheele, que o denominou "ar de fogo". O feito radical de Lavoisier foi entender e definir o gás não totalmente novo como oxigênio, situando-o assim em um contexto inédito a partir do qual toda a química moderna começaria a evoluir. Tratou-se de um exercício extraordinário no poder de nomeação. Nos anos que precederam a Revolução Francesa, a genialidade ordenadora de Lavoisier encontrara outras aplicações fora da sua pesquisa puramente científica. Em 1788, ele ocupou cinco cargos públicos importantes ao mesmo tempo, incluindo a diretoria da Administração da Pólvora e Salitre e um posto no conselho diretor do Banco de Descontos, que lhe deu uma posição influente no centro das finanças nacionais francesas. Em 1790, sua onipresença nos negócios públicos, junto com sua riqueza considerável, tornaram-no um alvo atraente para a esquerda radical. Em janeiro de 1791, o jornalista jacobino Jean-Paul Marat atacou-o nas páginas do L'Ami du Peuple: Denuncio a vocês o corifeu dos charlatões, mestre Lavoisier, filho de um açambarcador de terras, químico aprendiz, discípulo do especulador em ações genebrês Necker, um fazendário-geral, comissário da Pólvora e Salitre, diretor do Banco de Descontos, secretário do rei, membro da Academia de Ciências, íntimo de Vauvilliers, administrador inconfiável da Comissão de Alimentos de Paris e o maior maquinador de nossos tempos. A denúncia de Marat resultava de velhos ressentimentos e rivalidades; em 1779, Lavoisier ajudou a denunciar Marat como um charlatão da ciência - em nome da Academia de Ciências Francesa. No clima nivelador de 1791, a própria existência de academias nacionais para as ciências, literatura e cultura podia parecer culpadamente elitista, e o título de nobreza que o pai de Lavoisier comprara para ele como presente de casamento em 1771 deixara de ser uma vantagem. Mas seu ponto de vulnerabilidade fatal, que trouxe os comissários à sua casa no boulevard de la Madeleine, foi o que havia sido seu ganha-pão mais lucrativo: trabalhar para a Ferme Générale, ou Fazenda Geral. Durante séculos, a coleta de impostos francesa havia sido arrendada ou delegada pela monarquia francesa a investidores privados, que garantiam ao Tesouro Real somas fixas pelo período de cada arrendamento e, depois, obtinham seu próprio lucro ou prejuízo com os impostos que conseguiam coletar. No final do século XVII, a concessão para a coleta de impostos assumira proporções gigantescas, com 30 mil empregados. No final do século XVIII, o governo francês se tornara fortemente dependente da Fazenda Geral para obter crédito e pagar o serviço da dívida nacional em rápido crescimento. A Fazenda Geral era dirigida por uma corporação de quarenta a sessenta sócios quando Lavoisier aderiu a ela, em 1768. O preço de uma participação integral naquele ano era de 1 560 000 libras. Aos 24 anos, Lavoisier adquiriu uma cota de um terço do coletor de impostos idoso Baudon, que estava à procura de um auxiliar, por um pagamento inicial de 68 mil libras. Ele tratou o negócio da coleta de impostos com o zelo reformador que demonstrava em todas as suas atividades, mas mesmo suas inovações mais avançadas tendiam a arrochar ainda mais os contribuintes franceses. A Fazenda Geral era tão popular quanto qualquer autoridade fiscal em qualquer outra época ou lugar, ou até menos popular que a maioria. A organização coletava um imposto sobre o sal (gabelle) e outro sobre o álcool e o tabaco (aide), além de taxas alfandegárias (traites) e taxas sobre produtos que entravam em Paris provenientes de outras partes da França (entrées). A sonegação de todos esses impostos via contrabando e outras fraudes era epidêmica, e a punição rigorosa desses delitos aumentava a aversão geral pela fazenda. Além disso, acusações de locupletação eram bem fundamentadas. A Fazenda Geral foi abolida em 1791, em meio a acusações generalizadas de má gestão. Lavoisier renunciara ao seu posto pouco antes. No entanto, a Convenção Nacional francesa exigiu uma investigação dos negócios da fazenda retroativa a 1740. Os ativos da fazenda deveriam ser liqüidados e incorporados ao Tesouro Nacional, mas essa providência foi sendo protelada por uma série de crises políticas, enquanto os fazendários, ou ex-fazendários, eram acusados de tentar ganhar tempo. No outono de 1793, com o início do reinado do Terror, a impaciência para resolver a questão da Fazenda Geral (e coletar o dinheiro) se tornara extrema. Lavoisier foi apenas um dentre vários ex-fazendários a ter seus papéis revistados e confiscados. A participação na Fazenda Geral tornou Lavoisier um dos membros mais abastados da classe burguesa que cresceu e prosperou durante as duas últimas décadas do governo dos Bourbon. Em 1786 ele auferira um lucro total de 1,2 milhão de libras - o equivalente a 48 milhões de dólares americanos do século XX. Seu modo de vida não era ostentoso para um homem de tamanha riqueza. Uma declaração financeira de 1791 lista seis empregados domésticos (um cozinheiro, uma camareira, um cocheiro e três lacaios) - um pessoal razoavelmente pequeno, considerando-se a época e sua posição, embora ele também possuísse uma propriedade rural de 567 hectares, Fréchines, no vale do Loire, e outros 103 hectares em Ville-Francoeur. A carreira de Lavoisier na Fazenda Geral proporcionava uma renda excelente, além de deixar bastante tempo livre para a ciência e outras atividades. Os impostos, de fato, sustentaram as suas pesquisas - algo incomum na época. Na França do século XVIII, a ciência podia ser uma vocação, mas não era um meio de vida. O apoio financeiro público à ciência era escasso; os aspirantes a cientista tinham de arcar com os custos de seus próprios programas de pesquisa. Lavoisier, cujo ambiente familiar havia sido relativamente modesto, aplicou seus lucros da Fazenda Geral para equipar um dos laboratórios mais sofisticados - e caros - da Europa. O tetravô de Antoine Lavoisier era um mensageiro das cavalariças do rei, responsável por conduzir malas postais. Seu trisavô tornou-se chefe de uma estação de posta e hospedaria no mercado de Villers-Cotterêts, cidade a uns oitenta quilômetros a nordeste de Paris. Seu bisavô, Nicolas Lavoisier, foi um bailio no sistema judiciário local e prosperou o suficiente para possuir várias casas na cidade. O filho de Nicolas, o avô do químico, tornou-se advogado na corte e casou-se com a filha de um abastado tabelião na cidade de Pierrefonds. O primogênito deles, Jean-Antoine Lavoisier, foi enviado a Paris para estudar direito. Com a aposentadoria do irmão solteiro de sua mãe, Jean-Antoine herdou o cargo do tio como advogado no Parlement de Paris, a suprema corte do ancien régime. A família Lavoisier levou mais de um século para completar essa trajetória ascendente e fazer parte da recém-constituída classe profissional dos robins - os "homens togados" ou advogados. Além do cargo, Jean-Antoine herdou a casa do tio no bairro parisiense de Marais e um legado de 40 mil libras. Encontrou um bom partido em Emilie Punctis, a filha com reputação de bonita de uma família burguesa bem relacionada que fizera uma fortuna modesta como açougueiros. Através de investimentos cuidadosos em terras, Jean-Antoine aumentou a riqueza da família - tais foram os motivos, conquanto fracos, para Marat tachá-lo de "açambarcador de terras". O primeiro filho dos Lavoisier, Antoine, nasceu em 26 de agosto de 1742, na casa de Jean-Antoine. Uma filha, Marie Marguerite Emilie, nasceu dois anos depois. Quando Emilie Lavoisier morreu em 1748, o viúvo Jean-Antoine mudou-se, com os filhos de cinco e três anos, para a residência dos Punctis. Ali, quem cuidou das crianças foi a tia solteira, Constance Punctis, até a morte de Marie Lavoisier, aos quinze anos. Antoine Lavoisier, que morreria sem filhos, seria o último de sua linhagem. Uma infância marcada por essas perdas fez de Lavoisier um jovem calado e sério, que preferia estudar a brincar. Aos onze anos, matriculou-se no Collège des Quatre Nations, onde seu pai havia estudado. Informalmente conhecido pelo nome do fundador, o cardeal Mazarin, o Collège Mazarin ocupava um magnífico prédio cupulado, em frente ao Louvre, na outra margem do Sena. Atualmente, como o Institut de France, a estrutura abriga os documentos de Lavoisier, com outros arquivos da Academia de Ciências. O plano da família era que Lavoisier seguisse a carreira do pai em direito. No Collège Mazarin, ele tentou a literatura, escrevendo um drama no estilo de La nouvelle Héloise, de Rousseau. Em 1760, ano da morte da irmã, Lavoisier tirou o segundo lugar num concurso com um ensaio (infelizmente perdido) sobre a seguinte questão: "Se a retidão de coração é tão necessária como a precisão da inteligência na busca da verdade". O primeiro contato de Lavoisier com a química deveu-se ao seu professor, Louis C. de La Planche, mas uma influência mais importante durante aqueles anos foi a do abade Nicolas-Louis de Lacaille, um astrônomo e matemático cujo observatório se localizava nos terrenos do Collège Mazarin. Lacaille dera o passo radical de publicar seu próprio livro didático de álgebra e geometria em francês, considerando-o superior ao latim costumeiro. Com a ajuda de Diderot e dos demais enciclopedistas, o francês do século XVIII vinha se cristalizando na mais lúcida das línguas européias, o veículo ideal para obras da razão pura. Lavoisier, que junto com a astronomia aprendeu cálculo infinitesimal e elementos da física newtoniana com Lacaille, não esqueceu a lição. Seu gosto pela ordem racional em todas as coisas remonta a essa época. Mais tarde, ele escreveria: "Acostumei-me ao rigor de raciocínio que os matemáticos aplicam em seus trabalhos" - e especialmente os procedimentos rigorosos, passo a passo, da prova geométrica. Lavoisier deixou o Collège Mazarin em 1761 e se matriculou na Faculdade de Direito de Paris, cedendo ao argumento do pai de que as ciências eram uma atividade de lazer admirável, mas não constituíam uma profissão. Ele foi zeloso no estudo de direito, porém mais entusiasmado pela educação científica que procurou na mesma época. Durante seus anos de faculdade de direito, estudou mineralogia com Jean-Étienne Guettard, um geólogo da Academia de Ciências que, embora se declarasse misantropo, freqüentava regularmente a casa dos Punctis. No Jardin du Roi, estudou botânica com outro acadêmico conhecido, Bernard de Jussieu, e assistiu a cursos de química de Guillaume-François Rouelle. Se Lavoisier tinha algum gosto pela vida mundana de Paris durante aqueles anos, seu duplo programa de estudos não deixou tempo vago para ela. Ele era reservado, quase um recluso, com fama de se fingir de doente de tempos em tempos para evitar obrigações sociais. Um amigo do pai, M. de Troncq, enviou-lhe uma tigela de mingau com uma advertência irônica: "Modere estudos, e acredite que um ano a mais na terra vale mais que cem na memória dos homens". Em 1764, Lavoisier diplomou-se e foi admitido no Parlement de Paris. Entretanto, jamais exerceria o direito. Na idade prematura de 21 anos, ele já começara a tramar seu ingresso na Academia de Ciências. A academia havia sido oficialmente criada um século antes pelo principal ministro de Luís XIV, Jean-Baptiste Colbert (também responsável pela consolidação da Fazenda Geral como organização única), a fim de criar uma estrutura formal para a comunidade de cientistas franceses, que até então evoluíra organicamente. Contando com apoio real, a missão da academia era praticar a ciência pura e aplicada - buscar o prestígio da descoberta, junto com os ganhos materiais da prática científica. Internamente, funcionava como uma meritocracia, recompensando e promovendo aqueles cujas contribuições à ciência fossem mais fortes. Externamente, tinha a autoridade e a responsabilidade para validar ou desmerecer descobertas e teorias científicas novas que fossem oferecidas ao público. Em meados do século XVIII, era o árbitro supremo do progresso científico. Como as academias literárias e culturais fundadas mais ou menos na mesma época, a Academia de Ciências desfrutava da proteção real e de certo apoio do Tesouro Real, mas se mantendo autônoma o bastante para não ser afetada pela política nacional - uma vantagem importante, análoga ao que entendemos atualmente por "liberdade acadêmica". Num elogio a Colbert redigido em 1771, Lavoisier descreveu as academias como "pequenas repúblicas", observando que "seu poder ativo também supera qualquer oposição resultante da ignorância, superstição e barbarismo". Em 1764, Lavoisier começou a trabalhar em um projeto de iluminação das ruas de Paris para uma competição patrocinada pela academia. Sempre disposto a bancar a cobaia científica, ele se isolou num quarto escuro por seis semanas para realizar seu estudo. Considerado mais teórico do que prático, seu ensaio mesmo assim foi aceito para publicação pela academia, e uma medalha de ouro foi cunhada para homenagear sua realização. Em 1765, no papel de "cientista visitante", Lavoisier apresentou à academia um estudo intitulado "A análise da gipsita" (o ingrediente essencial do gesso em Paris). Os examinadores da academia elogiaram seu trabalho pela "explicação engenhosa pela qual ele reduz o fenômeno do endurecimento do gesso às leis simples da cristalização". Por mais apolítica que a academia procurasse ser, a eleição (como indica a palavra) não era isenta de dimensão política. O aprendizado de Lavoisier com acadêmicos como Guettard e Jussieu proporcionou uma sólida base. Outros que o apoiaram eram amigos de seu pai. A academia tinha um número fixo de membros, e vagas nos níveis inferiores costumavam ser criadas pela promoção aos escalões superiores. Apesar do reconhecimento de seu potencial e de um lobby considerável, Lavoisier não foi nomeado para a vaga aberta na seção de química em 1766, pela qual concorreu contra cientistas bem mais velhos, com carreiras mais consolidadas. Após esse revés, retomou um projeto de criar um atlas mineralógico da França, que ele e Guettard já haviam iniciado, e passou a maior parte dos dois anos seguintes em trabalhos de campo fora de Paris. Nesse ínterim, seu pai, que ao que tudo indica aceitou a determinação de Lavoisier de fazer das ciências o centro de sua vida profissional, continuou maquinando junto aos acadêmicos o ingresso do filho na academia. Na primavera de 1768, Lavoisier retornou a Paris com novos artigos, um sobre "técnicas para determinar os pesos específicos dos líquidos" e o outro sobre "o caráter das águas" em regiões visitadas na pesquisa mineralógica. O par de artigos oferecia um belo equilíbrio entre a ciência pura e a aplicação prática à questão do suprimento nacional de água. Em maio de 1768, Lavoisier e Gabriel Jars foram indicados para uma vaga aberta em março daquele ano. Devido ao número maior de anos de serviço, Jars foi nomeado para a vaga, mas Lavoisier tornou-se membro da seção de química como "assessor extranumerário", com a promessa de que seria confirmado na próxima vaga que surgisse. Na verdade, Lavoisier recebera um número de votos ligeiramente superior a Jars. A solução foi arbitrada pelo rei. Aos acadêmicos que pudessem fazer ressalvas ao envolvimento de Lavoisier na socialmente dúbia Fazenda Geral, um certo monsieur Fontaine replicou: "Tudo bem! Os jantares que ele nos servirá serão ainda melhores!". [...]