Maluquinho invade bloco das Emílias e dos Viscondes

07/02/2018

 

Carnaval é tempo de festa, de fantasia, de fabulação. Pelo menos é assim num dos blocos infantis mais tradicionais da cidade, o Bloco das Emílias e dos Viscondes, criado em 2006 pela Biblioteca Monteiro Lobato, pelo Instituto Espaço Arterial e pela escola estadual Arthur Guimarães para comemorar os 70 anos do mais antigo espaço de leitura voltado ao público infantojuvenil no país. O encontro carnavalesco está marcado para o dia 9, às 15h, no bairro paulistano da Vila Buarque, com a participação de crianças de vários cantos de São Paulo.

 

 

"É uma maneira lúdica e livre de divulgar os personagens e o escritor. Algo que realmente lembra a infância, com muita alegria e descontração", lembra a diretora da biblioteca, Marta Ferreira Nosé. Além de acompanhar o bloco desde o seu início, há 12 anos, ela também assiste as oficinas que o precedem, que ensinam as crianças um pouco sobre percussão, criação de adereços e confecção de fantasias.

As fantasias, aliás, são de todos os tipos e formas, geralmente de materiais recicláveis. Neste ano, os figurinos carnavalescos vão ganhar bonés e panelas na cabeça, em referência ao personagem Menino Maluquinho, do cartunista Ziraldo, o homenageado da vez. É algo inusitado, já que desde o começo o bloco opta por enaltecer personagens do universo lobatiano. "A literatura de Lobato é cheia de misturas com personagens de outros escritores e de outras culturas. Então imaginamos que o escritor adoraria ver o Menino Maluquinho no bloco de Carnaval", diz a diretora.

 

 

O bloco conta com a participação de cerca de 500 crianças, vindas até de bairros distantes, incluindo meninas e meninos refugiados, que ainda mal falam o português, mas sentem-se à vontade para participar e familiarizar-se com alguns dos personagens mais queridos da literatura infantil brasileira. Segundo a diretora, o Bloco das Emílias e dos Viscondes foi um dos primeiros agrupamentos carnavalescos infantis da cidade e nasceu da “ideia de sair um pouco do clube, da matinê”. “A rua é de todos, de qualquer criança de qualquer lugar. Ela não precisa ser sócia de um clube, não precisa pagar para poder brincar no Carnaval", explica.

Deu tão certo que todos os anos algumas famílias marcam presença na festa organizada pela biblioteca, e vários foliões adultos comparecem sozinhos para brincar, com o desejo de relembrar as aventuras de infância do Sítio do Picapau Amarelo. Diversas crianças que participaram das primeiras edições da folia seguem agora como percussionistas do bloco.

 

 

Quer mais dicas para cair na folia com enredos literários em São Paulo? O Sesc Bom Retiro oferece, no dia 10/2, a Bandinha do Saci, para pular no ritmo das marchinhas num pé só! Já o Espaço de Leitura, no Parque da Água Branca, na zona oeste da cidade, é outra boa dica para os jovens fãs de literatura. Durante o mês inteiro o lugar estará repleto de atividades literário-carnavalescas, como oficinas de maquiagem e figurino, narração de histórias, memórias foliãs e saraus (veja detalhes abaixo).

Programe-se para cair com as crianças na folia!

 

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