
As memórias do cacique Raoni; leia trecho inédito
Em junho, chega às livrarias "Memórias do cacique" — a trajetória de um dos mais influentes líderes indígenas contemporâneos.
Notícias, análises, literatura e um repasse infinito de informações nas redes sociais: são diversas as mídias e os instrumentos que usamos para consumir um conteúdo, assim como são inúmeros seus produtores. Sem uma mediação ou um preparo para absorver esses assuntos, é comum nos afundarmos, de clique em clique, num derrame de informação, chegando a superfície mais confusos do que esclarecidos. Pensando na capacitação desse público, Januária Cristina Alves, jornalista e especialista em infoeducação e em educomunicação, autora de diversos livros para crianças e jovens, criou um curso para abordar a questão.
“A gente precisa deixar de ser consumidor de notícia para ser um leitor crítico, antenado, e com condições de fazer uma curadoria do nosso conhecimento”, diz a jornalista. A comunicadora, que já falou aqui no blog sobre fake news, reforça a importância dessa difusão do conhecimento midiático e informacional como um instrumento da cidadania no curso Entre palavras: alfabetização midiática, que ministrará a partir desta semana no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc. Nos encontros, explicitará os conceitos desse tema e tratará de sua aplicação nas diferentes disciplinas disponíveis da grade curricular escolar.
A motivação para o curso é a inserção da Alfabetização Midiática e Informacional no currículo das escolas brasileiras, recomendada na nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Essa inclusão nos programas escolares acontece tanto no estudo das tecnologias digitais de criação e disseminação da informação, questionando a produção de conhecimento e suas ferramentas, quanto no debate de temas atuais, já com uma formação ativa na educação midiática. A ideia primária é fazer uma análise crítica do que está sendo disponibilizado e compartilhado, e então possibilitar o desenvolvimento de leitores com autonomia para indagar, refletir e disseminar um conteúdo mais acurado e preciso.
Essa determinação segue o pensamento sugerido pela Unesco, que lançou em 2011 um currículo de alfabetização midiática e informacional para professores, traduzido para o português em 2013. De acordo com o texto: “A informação é a chave para a nossa compreensão do mundo, para nossa habilidade de encontrar nele um papel significativo e para a nossa capacidade de aproveitar as fontes que nos são disponibilizadas. Quando a informação está concentrada nas mãos de poucos, ou apenas nas mãos das elites, a capacidade de o público tomar decisões e acessar informações torna-se bastante reduzida. A ética e o pluralismo nas mídias podem assegurar a transparência, a prestação pública de contas e o Estado de Direito”.
Para Januária, “trabalhar isso na escola é curricular, é fundamental, não é à toa que a Unesco tomou a iniciativa de criar um currículo para a formação de professores, tamanho a importância que isso assume nos dias de hoje". No curso, ela trata desse currículo e a razão de levá-lo para a sala de aula, além de abordar temas como fake news e elementos da comunicação, entre storytelling, mídias e suas diferentes linguagens. “A ideia é discutir com os professores esse mundo da notícia, familiarizá-los com isso e colocar nas mãos deles instrumentos para formação de leitores mais críticos e conscientes”, explica.
Os encontros buscam a conscientização desse tema para a formação de leitores mais críticos e, com isso, cidadãos atuantes na sociedade contemporânea, explorando seu potencial criativo e transformador. As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade.
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Entre palavras: alfabetização midiática
Onde: Centro de Pesquisa e Formação do Sesc (r. Doutor Plínio Barreto, 285, Bela Vista)
Quando: quartas-feiras, de 13 de fevereiro a 6 de março, das 14h30 às 17h30
Quanto: de R$ 18 a R$ 60 (inscrições online)
Em junho, chega às livrarias "Memórias do cacique" — a trajetória de um dos mais influentes líderes indígenas contemporâneos.
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