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No marco de seus noventa anos, Fernanda Montenegro, artista eternamente genial, narra suas memórias numa prosa afetiva, cheia de inteligência e sensibilidade. Prólogo, ato, epílogo chega às livrarias no dia 20/09, e você já pode garantir seu exemplar na pré-venda.
“Você, que é estudante, venha participar do Radioteatro da Mocidade!”, anunciou o locutor da Rádio MEC. Aos quinze anos, Arlette Pinheiro cursava secretariado na Berlitz, e decidiu atender ao chamado. Saiu do subúrbio onde morava com a família e apresentou-se para a seleção no pequeno prédio da emissora, em frente ao Campo de Santana, no centro do Rio. Pouco depois de ingressar na rádio, ela adotaria o nome artístico que viria a se tornar sinônimo de excelência no teatro, no cinema e na televisão: Fernanda Montenegro.
A inteligência e a sensibilidade da atriz transparecem na prosa afetiva deste Prólogo, ato, epílogo. Não surpreende que alguém que passou a vida memorizando textos tenha desenvolvido notável capacidade de rememorar com sutileza fatos ocorridos décadas atrás. Nem que a atriz que há anos encanta multidões em palcos e telas mundo afora se mostre também uma contadora de histórias de mão-cheia.
Conhecemos a saga de seus antepassados lavradores portugueses, do lado paterno, e pastores sardos, do lado materno. Lidas hoje, são histórias que podem “parecer um folhetim. Ou uma tragédia” — gêneros que Fernanda domina com maestria. Na turma de jovens que circulavam pela rádio estava Fernando Torres, que ela reencontrou nos ensaios da peça Alegres canções na
montanha, quando começaram a namorar. Fernando largou a Panair, Fernanda largou a Berlitz, e o casal se entregou de corpo e alma à arte, paixão de uma vida. Constituíram uma família e realizaram juntos um sem-número de peças, ao lado dos principais nomes do teatro brasileiro.
Em páginas de grande emoção, ela narra os desafios de criar os filhos sobrevivendo como artistas; a busca permanente pela qualidade; a persistência combativa durante os anos de chumbo; a capacidade de constante reinvenção; o padecimento de Fernando; o inesperado sucesso internacional nos anos 1990; a crença na terra que acolheu seus antepassados imigrantes e a devoção por este país.
Fernanda encarna o melhor do Brasil. Como disse Carlos Drummond de Andrade: “Não se sabe o que mais admirar nela: se a excelência de atriz ou a consciência, que ela amadureceu, do papel do ator no mundo. Ela não se preocupa somente em elevar ao mais alto nível sua arte de representar, mas insiste igualmente em meditar sobre o sentido, a função, a dignidade, a expressão social da condição de ator em qualquer tempo e lugar”.
No marco de seus noventa anos, as memórias de Fernanda Montenegro trazem o frescor de uma artista eternamente genial. “Não estou romanceando. Tenho quase um século de vida, portanto posso dizer: ‘Era no tempo do rei’.”
Entre julho de 2016 e novembro de 2017, Marta Góes realizou dezoito entrevistas com Fernanda Montenegro. A partir do material recolhido e transcrito por Marta, Fernanda escreveu "Prólogo, ato, epílogo", entre novembro de 2017 e agosto de 2019.
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