Literatura contra a desmemória política, por be rgb
be rgb compartilha sobre seu processo ao longo da tradução de "O tempo das cerejas"

Foto: Fernando Donasci/Agência O Globo
Um dos principais responsáveis pela tradução da literatura russa no Brasil nos deixou na noite de ontem, dia 18 de maio. Boris Schnaiderman era professor de russo e de teoria literária na USP, e traduziu grandes obras do idioma para o português, como os livros de Dostoiévski, Tolstói, Anton Tchékhov, Maiakóvski, Aleksandr Púchkin e Guenádi Aigui.
Nascido em Úman, na Ucrânia, em 1917, Schnaiderman chegou com a família no Brasil em 1925. Após se naturalizar brasileiro nos anos 1940, se alistou para lutar pelo país na Segunda Guerra Mundial. As suas primeiras traduções começaram a aparecer em 1944, quando ofereceu Os irmãos Karamazov para diversas editoras e foi publicado pela Vecchi. Schnaiderman completou 99 anos na última terça-feira.
Além das traduções lançadas pela Editora 34, Boris Schnaiderman publicou pela Companhia das Letras Os escombros e o mito, suas reflexões sobre os destinos da cultura e da política russa após a implosão do regime soviético. No ano passado, também lançou pelo selo Boa Companhia a tradução feita com Tatiana Belinky de Kaschtanka e outras histórias de Tchékhov, uma seleção de contos que procura aproximar o leitor do universo ficcional de um dos maiores escritores russos de todos os tempos.
A Companhia das Letras lamenta profundamente a sua morte e envia seus sentimentos para a sua família.
be rgb compartilha sobre seu processo ao longo da tradução de "O tempo das cerejas"
Meritxell Hernando Marsal compartilha sobre os desafios do processo de tradução de "O tempo das cerejas"
Rádio Companhia apresenta "As narradoras": minissérie em áudio sobre vozes literárias femininas do século XX