
Bienal do Livro do Rio: mais vendidos retratam questões sociais e raciais
Na lista dos nossos títulos mais vendidos na Bienal do Livro 2023, do Rio de Janeiro, sobressaíram as obras que retratam a diversidade, seja na temática, seja nas ilustrações
A Bienal do Livro é sempre um acontecimento. E este ano tem um tom ainda mais especial, porque o evento no Rio de Janeiro celebra 40 anos. Entre 1 e 10 de setembro, mais de 300 autores vão passar pelo Riocentro, na Barra da Tijuca, em conversas, sessões de autógrafos e programações para toda a família, além de todas as editoras que estarão presentes com suas próprias programações. Não importa quantos dias se vá à Bienal do Livro 2023, sempre será pouco tempo para conferir os milhares de títulos que estarão expostos. E, como Bienal que se preze tem que ter listinha de títulos mais desejados, o Blog da Letrinhas vai ajudar nessa tarefa e resumir aqui o que foi sucesso na Bienal SP, com a lista de livros mais vendidos de 2022, no estande do Grupo Companhia das Letras - selos Companhia das Letrinhas, Brinque-Book, Pequena Zahar e Escarlate.
Mais que reunir editoras e exemplares literários, a Bienal do Livro é um festival que celebra a cultura. Portanto, grandes nomes da literatura infantil estarão por lá, como parte da programação oficial para crianças e adultos, e também em nosso estande. Entre eles, estão confirmados: Flávia Lins e Silva, de Diário de Pilar e DPA, Pedroca e Daniel Kondo, de Ser o que se é, Caio Tozzi, de Super-Ulisses, Otávio Júnior, vencedor do Jabuti 2020 com Da minha janela, Blandina Franco e Lollo, do famoso cachorro Pum e do lançamento Aporofobia, Kiusam de Oliveira, de Tayó e Omo-oba, Adailton Medeiros, de Papaco e Lilico, Renato Gama, de Neguinha, sim!, Janaina Tokitaka, lançando quatro recontos de fadas, Sonia Rosa, de Meu nome é Raquel Trindade, mas pode me chamar de Rainha Kambinda e Camila Fremder, que escreveu Quibe, a formiga corajosa.
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E confira os preços especiais de outros livros presentes na Bienal na sua Casa, no nosso site, a partir do dia 1º/9.
Ele não fica preso por muito tempo, às vezes faz um barulhão e vira e mexe fica fedido… Pum, o cachorro mais metafórico de toda a literatura infantil, fez bonito no ranking de vendas do ano passado. Além de Quem soltou o Pum? (Companhia das Letrinhas, 2010), primeiro sucesso do personagem criado por Blandina Franco e José Carlos Lollo, também estão na lista: Soltei o Pum na escola! (Companhia das Letrinhas, 2012), O Pum e o Piriri do vizinho (Companhia das Letrinhas, 2016), Meu Pum e a Meleca do meu irmão (Companhia das Letrinhas, 2019) e Soltei o pum na banheira (Companhia das Letrinhas, 2020).
*Soltei o pum na banheira é o único livro desta lista que não estará na Bienal do Livro 2023
Já pensou que até as princesas deixam escapar um pum de vez em quando? Pois nesta história é isso mesmo que acontece. Em Até as princesas soltam pum (Brinque-Book, 2008), com texto de Ilan Brenman e ilustrações de Ionit Zilberman, alguns bastidores das histórias mais clássicas são revelados pelo "livro secreto das princesas". Branca de Neve não desmaiou por conta da maçã envenenada da bruxa, mas por conta dos gases que ela mesma soltou - culpa da comida gordurosa dos anões... e ela não era a única princesa com questões flatulentas, por assim dizer.
Gildo, o simpático elefante de Silvana Rando que conquistou leitores fiéis ao vencer seu medo de bexigas, também aparece entre os mais vendidos. Na lista, além do livro de estreia, Gildo (Companhia das Letrinhas, 2010), está também Gildo está fora do ritmo (Companhia das Letrinhas, 2022) a aventura mais recente do paquiderme. Sabe aquele dia em que absolutamente nada dá certo? Esse é ponto de partida da história, em que acompanhamos Gildo tentando recuperar seu compasso - sempre na companhia da inabalável barata Socorro e com o apoio de muitos amigos.
Mas não é que ele existe mesmo? Com pernas ossudas, patas peludas e, na ponta do nariz, uma verruga cabeluda, O Grúfalo (Brinque-Book, 1999) dá as caras para provar que não é lenda. Porém, não se engane: o real protagonista desta história é um pequenino e astuto ratinho, que sabe transformar a presa em predador - em uma narativa cheia de ritmo e com as repetições que as crianças amam. Com texto de Julia Donaldson e ilustrações de Axel Scheffler.
Olhe.
Olhe de novo.
Porque aqui nada é o que parece ser. Nesta obra divertida - mas também um pouco assustadora - de Katerina Gorelik, ora somos supreeendidos para o bem, ora para o mal. Olhe pela janela (Brinque-Book, 2022) é daqueles livros para prestar atenção nos detalhes e compartilhar a experiêcia com as crianças a cada página.
Uma garotinha resolve convidar todo tipo de crituras fantásticas para sua festa - e elas aparecem mesmo! Em Bruxa, bruxa, venha à minha festa (Brinque-Book, 2022), de Arden Druce, com ilustrações de Pat Ludlow, uma celebração inusitada inclui não só a bruxa, mas também: lobo, pirata, dragão...
Um ratinho curioso quer saber o que tem dentro da fralda de seus amigos e, um a um, vai pedindo licença para olhar... Acompanhando a leitura os pequeninhos vão gostar de descobrir o que cada fralda esconde... menos a do ratinho! Com texto e ilustrações de Guido van Genechten, O que tem dentro da sua fralda? (Brinque-Book, 2010) é uma história para acompanhar os menorzinhos na hora começar a usar o penico.
Eles não são o que parecem, ou o que a gente espera deles. Na estreia da Coleção Canoa, de livros infantis a preços populares, Mari Bigio escreveu quatro histórias em formato de cordel e que rendem muitas risadas. Já viu um pirata que não sabe nadar e que tem medo da mãe? Pois é o que acontece em Uma carta para o pirata, quando o comandante do navio vai tentar vencer o medo de se atirar ao mar. Em Aliens: a lição, os alienígenas invadem a Terra revoltados com a forma como são representados nos filmes e querem acabar com os estereótipos. Já em A bruxa do breu, o que a malvada quer é ficar famosa na televisão - ela vai participar de um programa de encantamentos e a confusão está feita! Por fim, a personagem principal de A sereia garbosa não quer saber de música clássica, seu sonho é tocar numa banda de rock, afinal, ela ama as músicas de Fish Floyd, Tubarão Vermelho e Barbatanas do Sucesso. Será que vai conseguir agradar o fundo do mar?
O sapo bocarrão (Companhia das Letrinhas, 1996) é um bicho guloso, de boca enorme, que não sabe ficar quieto no seu canto: a cada página, pergunta a um animal o que ele come, e sai contando sobre o seu prato preferido. Mas ele vai receber uma resposta inesperada de um bicho e aprender que não é bom sair por aí falando muito... Afinal, em boca fechada, não entra mosca, não é? Neste livro-sucesso de Keith Faulkner, publicado no Brasil pela primeira vez há quase 30 anos, cada página tem dobraburas em estilo pop-up.
Poucos livros ilustram de maneira tão delicada a sensação de incompletude e a eterna busca por aquilo que sentimos que nos falta - mas que normalmente já habita em nós - quanto este combo de Shel Silverstein. Em A parte que falta (Companhia das Letrinhas, 2018), nos identificamos com o desejo de nos sentirmos inteiros... e a busca por algo que nos preencha. Já em A parte que falta encontra o Grande Ó (Companhia das Letrinhas, 2018), quando finalmente encontramos o encaixe perfeito... ele não dura muito tempo. Com poesia, refletimos sobre o papel dos relacionamentos e a jornada de crescimento de cada um - e pensamos quantas vezes tentamos nos diminuir para caber!
Outro grande clássico de Shel Silverstein, A árvore generosa (Companhia das Letrinhas, 2017) é daqueles livros que podem nos fazer chorar baixinho. Até onde devemos nos doar por amor? E quando nada mais temos a oferecer - o sentimento ainda permanece? Esses são alguns dos pensamentos que nos atravessam enquanto testemunhamos o tempo que passa para uma árvore que amava um menino. E para um menino que também amava a árvore.
Nesta história, o carteiro não apenas percorre distâncias para entregar correspondências: ele transita entre contos de fadas, se deparando os os personagens que habitam o imaginário de adultos e crianças. Com texto de Allan Ahlberg e ilustrações de Janet Ahlberg, O carteiro chegou (Companhia das Letrinhas, 2007) é daqueles títulos obrigatórios para qualquer biblioteca que se preze.
A escritora e educadora Kiusam de Oliveira vivenciou muitas situações de racismo em sua experiência de mais de 30 anos em sala de aula e traz algumas dessas reflexões para Tayó em quadrinhos (Companhia das Letrinhas, 2021), uma menina empoderada, que celebra sua ancestralidade e suas características, porque sabe que carrega uma coroa em sua cabeça. Em histórias em quadrinhos curtas, as crianças leem e refletem com a personagem sobre realeza, colorismo, machismo, cabelos, ancestrais, sagrado, racismo e várias outras questões.
Emicida, um dos rappers e artistas brasileiros mais influentes da atualidade, nos presenteia nesta lista com dois livros que abordam a questão da identidade negra, além de amizade, coragem e medo. Em Amoras (Companhia das Letrinhas, 2018), seu primeiro livro infantil, a letra da música Amoras ganha ilustração de Aldo Fabrini e vira um livro-musical para crescer com orgulho de quem se é. Em E foi assim que eu e a escuridão ficamos amigas (Companhia das Letrinhas, 2020), Emicida fala sobre como o medo da Escuridão pode ser paralisante para uma menina, que nem imagina que, do outro lado, a Escuridão morre é de medo da claridade. Um livro que fala sobre o medo do desconhecido e que tem muitas interpretações e camadas de leitura.
A história da menina que desafiou o Talibã e a proibição de as meninas estudarem é um sucesso e figura sempre nas listas dos mais vendidos da Companhia das Letrinhas. Em Malala, a menina que queria ir para a escola (2015), a escritora e jornalista Adriana Carranca conta para crianças e adolescentes como Malala Yousafzai desafiou essa regra e quase perdeu a vida ao ser baleada aos 14 anos - e como uma pessoa pode mudar o mundo. A autora também relata suas impressões sobre o Vale do Swat, no Paquistão, e traz um pouco da história da região.
Pilar é uma menina aventureira e curiosa que gosta de viajar para lugares recheados de história em sua rede mágica e descobrir mais sobre a mitologia, as lendas e a cultura de cada região. Mas ela não vai sozinha: está sempre acompanhada do amigo Breno e do gato Samba. As aventuras da personagem escritas por Flávia Lins e Silva e ilustradas por Joana Penna já renderam sete livros e um caderno de viagem. Na lista dos 30 mais vendidos na Bienal 2022, entraram Diário de Pilar na Grécia, o primeiro a ser lançado (Pequena Zahar, 2010), e Diário de Pilar no Egito (Pequena Zahar, 2012), ambas sociedades com uma riquíssima história, cheia de deuses e mitos.
Já que o assunto é dar risada, este super-herói nada convencional não poderia ficar de fora. As aventuras de Capitão Cueca - em cores! (Companhia das Letrinhas, 2017), o herói dos quadrinhos inventados pelos personagens Jorge e Haroldo, são um sucesso da mente criativa do escritor Dav Pilkey. Nessas histórias, o diretor da escola se transforma em Capitão Cueca e usa um traje nada normal - e ainda atira cuecas nos bandidos. Este é o primeiro volume da série, mas a história fez tanto sucesso que rendeu 12 livros - o segundo, Capitão Cueca e o ataque das privadas falantes, em que o herói tem que salvar o mundo dos dejetos espalhados, também está nesta lista de livros mais vendidos. Todos têm selo de garantia de riso!
O autor Dav Pilkey realmente não tem limites na criatividade e no humor na hora de criar seus super-heróis. O desta coleção de livros, por exemplo, bebe água da privada e late na cara do perigo! O Homem-Cão 1 inaugura uma série de histórias em quadrinhos sobre este cãozinho policial que tem como maior inimigo o gato Pepezinho - e que já está no décimo livro. O divertido de acompanhar essas histórias é que, a cada livro, Pilkey faz referência a algum clássico adulto - tudo regado a muitas risadas.
Na lista dos nossos títulos mais vendidos na Bienal do Livro 2023, do Rio de Janeiro, sobressaíram as obras que retratam a diversidade, seja na temática, seja nas ilustrações
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