Em um dia de calor sufocante, um menino volta ao lago onde costumava nadar com o pai e, guiado pelo irmão mais velho, enfrenta o medo de dar um novo mergulho. Entre lembranças que afloram e a força do afeto, ele descobre uma coragem que parecia perdida e reencontra, na água, um elo que continua vivo.
No silêncio que antecede o salto, os irmãos encaram a subida íngreme até o topo da pedra, o brilho da água lá embaixo e o silêncio da natureza que desperta lembranças -- algumas leves, outras doloridas. O mais velho mergulha primeiro, repetindo gestos que antes pertenciam ao pai. Já o caçula fica paralisado, até que a memória da risada paterna e das pequenas lições de coragem o envolve como um abraço.
A narrativa visual de Angie Kang acompanha esse ritual de passagem: um salto que é, ao mesmo tempo, despedida, reencontro e afirmação de vínculo. Com pinceladas vibrantes e uma sensibilidade rara, a autora transforma a experiência da elaboração do luto em um gesto de delicadeza, mostrando como a presença de quem amamos continua a nos atravessar, sobretudo nos lugares que guardam nossas histórias.