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/ À vistaA democracia brasileira, constituída a partir da indignação contra a violência da ditadura militar, ainda tolera a barbárie promovida pelo Estado contra determinados grupos e sujeitos. Este livro procura entender a história e as razões dessa estranha tolerância.
Companhia das Letras
Linguagem da destruição
Heloisa Murgel Starling, Miguel Lago e Newton BignottoR$ 69,90
A democracia brasileira, constituída a partir da indignação contra a violência da ditadura militar, ainda tolera a barbárie promovida pelo Estado contra determinados grupos e sujeitos. Este livro procura entender a história e as razões dessa estranha tolerância.
"Nas favelas, a ditadura nunca acabou." Essa é uma frase que os movimentos sociais de favelas e o movimento negro usam para chamar a atenção para o fato de que a democracia construída após o regime autoritário não chegou para todos da mesma forma.
A transição política no Brasil após a ditadura, culminando na Constituição de 1988, visava romper com o passado autoritário do país. Contudo, o que observamos foi um aumento aterrador dos números de violência policial e encarceramento ao longo dos anos. Essa passagem, orquestrada pelos militares e pelas elites civis, marcada pela retórica da "conciliação" e do "esquecimento", resultou na instauração de um sistema no qual o Estado continua a gerar vítimas diariamente. Entender este período de redemocratização é fundamental para pensarmos sobre os desdobramentos na política atual, que continuamente se insere em um ciclo de violência e autoritarismo.
Em A transição inacabada, Lucas Pedretti revisita os debates sobre direitos humanos e violência estatal ocorridos ao longo da abertura política para demonstrar que a democracia almejada não se desvinculou das práticas do período de exceção.