
As memórias do cacique Raoni; leia trecho inédito
Em junho, chega às livrarias "Memórias do cacique" — a trajetória de um dos mais influentes líderes indígenas contemporâneos.
Faleceu na tarde de hoje um dos grandes escritores brasileiros. Exímio contista, Rubem Fonseca produziu também ótimos romances, mas foi pelos primeiros que entrou no panteão dos mestres da literatura contemporânea nacional. Tive longa convivência com Zé Rubem, como era chamado pelos íntimos. Com ele aprendi muito da minha profissão. Curiosamente, antes de me tornar seu editor tive contato com ele durante uma feira de Frankfurt em que Rubem foi como representante de sua editora na época, a Francisco Alves. Rubem era um homem de extrema generosidade, recebia e lia originais de jovens escritores e escritoras, e os apadrinhava. Usava uma frase de Ingmar Bergman para explicar seu afastamento social: “Eu me apaixono com muita facilidade, por isso preciso viver afastado”. Pessoalmente, era expansivo e pródigo em elogios. Chegava a deixar os interlocutores sem jeito com sua bondade imediata, confirmando a definição de Bergman. Foi o autor que melhor acolheu sugestões editoriais que conheci. Enquanto editei suas obras falávamos com enorme frequência e nos víamos no mínimo uma vez por mês. Eu me aconselhava com ele sobre livros a serem publicados e mesmo sobre questões mais gerais da Companhia das Letras. Há algum tempo um incidente nos afastou. Foi dos eventos mais tristes da minha vida profissional. Mas Rubem continuou produzindo até o fim da vida. Ele “respirava literatura”, usando aqui um chavão muito pouco digno para explicar personalidade tão rica e complexa.
Foto do autor: Zeca Fonseca/Folhapress/Reprodução
Luiz Schwarcz é editor da Companhia das Letras e autor de Linguagem de sinais, O ar que me falta, entre outros.
Em junho, chega às livrarias "Memórias do cacique" — a trajetória de um dos mais influentes líderes indígenas contemporâneos.
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