ERRATA: "Trincheira tropical", de Ruy Castro
Errata no livro "Trincheira tropical", de Ruy Castro, que narra a Segunda Guerra Mundial no Rio

FOTO: Unsplash
Com muita alegria, a Companhia das Letras vai publicar sete obras de Caio Fernando Abreu, escritor que retratou, com verve e sensibilidade, a efervescência cultural e política das décadas de 1970, 1980 e 1990. O primeiro lançamento, previsto para julho, será a reunião dos seis livros de contos do autor e de dez textos avulsos, com posfácios de Ítalo Moriconi, Alexandre Vidal Porto e Heloisa Buarque de Hollanda. Este volume vai trazer para o leitor, pela primeira vez, a chance de percorrer todo o trajeto de Caio F. no gênero da prosa breve.
Ao tratar da vida sem ornamentos, com toda a carga de desespero, medo, angústia e desilusão, Caio F. constrói personagens absolutamente profundos e complexos, intensos em cada detalhe. A contracultura se revela, em seus livros, não como pano de fundo, mas como o cerne de seu projeto existencial.
Não é exagero dizer que o autor – que ganhou a alcunha de “o escritor da paixão” por Lygia Fagundes Telles – retratou como ninguém sua geração. Vida e obra se misturam e compõem um mosaico fascinante ao combinar loucura e lucidez, sombra e claridade, num estilo provocador que ganharia forma em contos, novelas, peças, poemas, romances e em uma vasta produção epistolar. Com franqueza reveladora, posicionamento combativo e talento inconfundível, a voz de Caio F. segue ecoando, ainda mais viva, ainda mais atual.
“Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Mas se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada.”
Trecho do conto “Os dragões não conhecem o paraíso”.
Errata no livro "Trincheira tropical", de Ruy Castro, que narra a Segunda Guerra Mundial no Rio
be rgb compartilha sobre seu processo ao longo da tradução de "O tempo das cerejas"
Meritxell Hernando Marsal compartilha sobre os desafios do processo de tradução de "O tempo das cerejas"