ERRATA: "Trincheira tropical", de Ruy Castro
Errata no livro "Trincheira tropical", de Ruy Castro, que narra a Segunda Guerra Mundial no Rio
A 17ª Festa Literária Internacional de Paraty está chegando: o evento acontecerá de 10 a 14 de julho e sua programação oficial acaba de ser divulgada. As ruas da cidade histórica de Paraty receberão 33 autores de 10 países, sendo 9 deles publicados pela Companhia das Letras. Abaixo, saiba mais sobre os escritores e seus livros.

José Miguel Wisnik participa da mesa "Sincorá", sobre os temas do seu livro mais recente, Maquinação do mundo. Neste, o professor, músico e escritor percorre a obra de Drummond e a história da mineração naquilo que diz respeito ao poeta, sem nunca perder de vista a potência da poesia como instrumento de percepção alargada e de criação de mundos. O assunto ganha ainda mais atualidade com os recentes desastres humanos e ambientais ocorridos nas cidades mineiras de Mariana e Brumadinho.

Kristen Roupenian, a autora do conto que viralizou em 2017, conversa com Sheila Heti sobre as representações de mulheres na literatura na mesa "Bom Conselho". Seu livro de estreia, Cat Person e outros contos, apresenta uma galeria de personagens profundamente humanos e, por isso mesmo, estranhamente inquietantes, que buscam se relacionar em dias marcados por angústias, contradições, perversões e uma dificuldade intransponível de comunicação.

Sheila Heti já publicou oito livros de ficção e não ficção, incluindo o romance How Should a Person Be?, eleito um dos doze novos clássicos do século XXI pela revista Vulture. Seu primeiro livro a sair no Brasil foi Maternidade, um romance que reflete sobre os ganhos e as perdas para uma mulher que decide se tornar mãe, tratando a decisão que mais traz consequências na vida adulta com franqueza, originalidade e humor.

Miguel Del Castillo é escritor, tradutor e editor. Depois da sua estreia em livro com os contos de Restinga, o escritor publica Cancún, um extraordinário romance de formação passado entre a Barra da Tijuca e o balneário mexicano. Com uma prosa irretocável, o autor coloca em cena temas como religião e paternidade.
Na Flip, Miguel conversa com a escritora venezuelana Karina Sainz Borgo na mesa "Jeremoabo", que trata a escrita como maneira de trabalhar, ao mesmo tempo, questões subjetivas e também a objetividade das realidades sociais em estado de tensão e degradação.

Ailton Krenak é ativista do movimento socioambiental e de defesa dos direitos indígenas e organizou a Aliança dos Povos da Floresta, que reúne comunidades ribeirinhas e indígenas na Amazônia. Em junho, publica seu primeiro livro pela Companhia das Letras: Ideias para adiar o fim do mundo, uma adaptação de duas conferências e uma entrevista realizadas em Portugal, entre 2017 e 2019.
O pensador indígena participa da mesa "Vaza-Barris [O Irapiranga dos Tapuias]" ao lado do diretor de teatro, ator e dramaturgo José Celso Martinez Corrêa. Eles conversam sobre liberdade e “re-existência”: terras férteis para arte, valorização da cultura e convivência com a diversidade.

Jarid Arraes, escritora, cordelista e poeta, fala, ao lado de Carmen Maria Machado, sobre as interseções entre a literatura e temas como gênero, origem, raça, deslocamento e pertencimento na mesa "Vila Nova da Rainha". A Flip marca também sua estreia como contista, com o livro Redemoinho em dia quente, a ser publicado pela Alfaguara. Focando nas mulheres da região do Cariri, no Ceará, os contos de Jarid desafiam classificações e misturam realismo, fantasia, crítica social e uma capacidade ímpar de identificar e narrar o cotidiano público e privado das mulheres.

Professor e presidente do departamento de ciências biológicas da Universidade Columbia, Stuart Firestein é o destaque da mesa "Massacará". Em conferência seguida de entrevista, o cientista fala sobre os temas de Ignorância, seu primeiro livro a ser publicado no Brasil. Nesta abordagem original sobre a natureza da pesquisa, Firestein faz um elogio aos mistérios científicos e às incertezas que motivam os pesquisadores ao demonstrar que a ignorância é o verdadeiro combustível da busca por conhecimento.

David Wallace-Wells, jornalista da revista New York e membro da fundação Nova América, é autor de A terra inabitável: Uma história do futuro, uma reportagem corajosa e desafiadora sobre os problemas que o século XXI enfrentará por conta do aquecimento global. O encontro entre jornalismo e meio ambiente é justamente o tema da mesa "Cocorobó", que Wallace-Wells divide com a brasileira Cristina Serra.

Encerrando a Flip, a tradicional mesa "Livro de cabeceira", em que os autores da programação oficial leem trechos de seus livros favoritos, recebe um convidado especial: Amyr Klink. Além dele, a escritora Jarid Arraes também participará da conversa.
Comandante de embarcações e escritor, Klink é autor de, entre outros livros, Cem dias entre o céu e o mar, o relato de uma travessia absolutamente incomum: mais de 3500 milhas (cerca de 6500 quilômetros) desde o porto de Lüderitz, no sul da África, até a praia da Espera no litoral baiano, a bordo de um minúsculo barco a remo.
Confira a programação completa!
O escritor homenageado pela Flip este ano é Euclides da Cunha, autor de Os sertões.
Em junho, o clássico sobre a rebelião de Canudos chega à Penguin-Companhia com novo estabelecimento de texto, notas, cronologia e textos de apoio de Lilia Moritz Schwarcz, André Botelho e Luiz Costa Lima. Já em pré-venda.

No mesmo mês, o livro também ganha uma versão em quadrinhos, com os traços sombrios e torturados do desenho de Rodrigo Rosa e a tensão dramática do roteiro de Carlos Ferreira. Saiba mais.

Em julho, a biografia Euclides da Cunha: esboço biográfico, escrita por Roberto Ventura e publicada postumamente, é reeditada e ampliada ao receber parte da tese de livre-docência de Ventura sobre a impossibilidade de relatar a barbárie da guerra. Confira.
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