Mergulhar no tempo das cerejas, por Meritxell Hernando Marsal
Meritxell Hernando Marsal compartilha sobre os desafios do processo de tradução de "O tempo das cerejas"
Aos sessenta anos de idade, quatro décadas depois de estrear como poeta e inconformada com a tímida recepção de sua obra, Hilda Hilst tomou uma atitude radical. Deliberadamente, ela se despediu de uma literatura que chamou de “séria” para escrever “adoráveis bandalheiras”.
O caderno rosa de Lori Lamby, que acaba de ganhar uma nova edição pela Companhia das Letras, chegou em 1990 para chocar e provar que Hilda estava decidida a desafiar o mercado editorial. O livro deu início à chamada “trilogia obscena” da autora.
O episódio da Rádio Companhia desta semana traz Vera Iaconelli, psicanalista, mestre e doutora em Psicologia pela USP, que escreveu o posfácio da nova versão, e Amara Moira, travesti, feminista, doutora em Crítica Literária pela Unicamp, para falar sobre a obra de Hilst. No bate-papo, elas destrincham aspectos literários e psicológicos na narrativa — impactante e controversa para crítica, para os antigos admiradores da autora e para possíveis novos leitores.
Aviso: a conversa não é adequada para pessoas menores de 16 anos e apresenta conteúdo sensível e sexual.
Saiba mais sobre O caderno rosa de Lori Lamby: A narradora, Lori, é uma menina de oito anos que decide se prostituir, com o consentimento dos pais, e registrar tudo – tudo mesmo – em seu diário. Com humor ácido e autoconsciência brutal, ela relata os desenlaces da sedução e o prazer que o dinheiro lhe traz. Não à toa, a premissa escandalosa rendeu as mais diversas e enfáticas interpretações dos críticos e continua despertando a ávida curiosidade dos leitores. No posfácio a esta edição, a psicanalista Vera Iaconelli destaca como Hilda Hilst, ao questionar nossas certezas e ultrapassar o limite da razão, escreveu uma obra que impressiona pela ousadia e atualidade.
Apresentação: Paulo Júnior Edição: Paulo Júnior
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