Literatura contra a desmemória política, por be rgb
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Até que ponto é possível domesticar um corpo? Como conviver com as feridas do outro? O que fazer quando se cai nas garras das convenções, do socialmente respeitável? Com uma narrativa que busca responder a essas perguntas, Camila Sosa Villada estreia pela Companhia das Letras, com o romance Tese sobre uma domesticação. No livro, a escritora argentina fala sobre amor, desejo, corpos rebeldes e novas configurações familiares.
Na narrativa, acompanhamos a história de uma atriz trans que adota um menino de seis anos com seu marido, um advogado gay. O garoto traz consigo uma história trágica: soropositivo, não conheceu seu pai biológico, e sua mãe se suicidou quando descobriu que o contagiou com o vírus HIV. A partir deste enredo, belamente teatral e pronto para ser levado à cena, a prosa inclassificável de Camila Sosa Villada conduz o leitor por uma espécie de sociologia da família, uma indagação comovente sobre os papéis que a compõem, sobretudo no que diz respeito às possibilidades do amor. No palco ou fora dele, os personagens, e seus “corações covardes e domesticados”, atravessados por infernos, medos e culpas, alimentam relações repletas de sexo e violência, mas também de profunda ternura.
Tese sobre uma domesticação marca a estreia de Camila Sosa Villada na Companhia das Letras e fala sobre amor, desejo, corpos rebeldes e novas configurações familiares. (Foto: Desenho Editorial)
Nascida em Córdoba, na Argentina, em 1982, Camila Sosa Villada é escritora e atriz. É autora do livro de poemas A namorada de Sandro (2015-20), dos contos de Sou uma tola por te querer (2022) e do ensaio autobiográfico A viagem inútil (2018), que ganhou edição no Brasil pela editora Fósforo. Pelo romance O parque das irmãs magníficas (2019), traduzido para mais de vinte idiomas, ganhou os prêmios Sor Juana Inés de la Cruz, Finestres de Narrativa e o Grand Prix de l’Héroïne Madame Figaro.
No domingo (30 de junho), às 19h, Camila Sosa Villada ocupa o Palco da Praça na tenda principal da festa literária A Feira do Livro 2024, em uma mesa sobre Transescrita, mediada pela jornalista Adriana Ferreira da Silva. Esta é a terceira edição do evento aberto ao público e gratuito, que acontece na Praça Charles Miller, em frente ao Estádio Municipal do Pacaembu, em São Paulo.
Já na próxima quarta-feira (03 de julho), uma festa marca os lançamentos de Tese sobre uma domesticação e A viagem inútil – ensaio autobiográfico da autora, que ganhou edição no Brasil. O evento acontece no Cineclube Cortina, na capital paulista, e é uma parceria entre Companhia das Letras e Fósforo, responsável pela edição de A viagem inútil. Com direção de Maria Manoella, a festa contará com leituras da própria autora e dos atores ator Caio Blat e Fabia Mirassos, além das DJs Giu Viscardi e Carol Luck esquentando a pista de dança noite adentro. Ingressos limitados, garanta já o seu!
Camila Sosa Villada vem ao Brasil participar da terceira edição da Feira do Livro e de festa de lançamento de seus mais recentes livros publicados no país. (Foto: Catalina Bartolome)
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