Zélia Gattai e Jorge Amado viveram longos anos num belo casarão no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. Casa festiva e cheia de amigos, distante da clausura dos gabinetes e das academias literárias, é ela o centro deste livro delicioso, repleto de imagens de época.
O improviso, a sinceridade e o desprezo pelo tempo cronológico são elementos cruciais da escrita de Zélia Gattai. Não é fácil impor uma ordem ao mundo. Tudo o que resta ao escritor é sobrevoar as palavras, conservar-se aberto e disponível para as surpresas da vida e da linguagem.
Se escrever é lembrar, escrever é também aceitar a embriaguez das pequenas recordações. Nada melhor, nesse caso, do que narrar a história de uma casa. No bairro do Rio Vermelho, nos anos 1960, Zélia Gattai e Jorge Amado compraram uma bela casa, situada no topo de uma ladeira, que entraria para a história da literatura. Casa sempre pronta a acolher os amigos, a abrigar festas e a estimular o jogo das ideias.
Já na porta de entrada, talhada pelo artista baiano Calasans Neto, a figura sensual de Tereza Batista anuncia o acesso a um território regido pela alegria e pela invenção, que não se deixa abalar nem por um infarto de Jorge nem por uma difícil visita de despedida de Pablo Neruda. Casa que é aberta, com delicadeza e timidez, também para o leitor. "Para quem não conhece os detalhes, peço licença para contar novamente", Zélia escreve, com a gentileza de uma amável anfitriã.
Em A casa do Rio Vermelho, Zélia continua a narrar a saga de sua vida - que se mistura não só com a do marido Jorge Amado, mas com a aventura de toda uma geração de artistas. Sua grande proeza é fazer da literatura não só registro de emoções e de acontecimentos, mas uma maneira de se apropriar do mundo.
Título original: A casa do rio vermelho
Páginas: 344
Formato: 14.00 X 21.00 cm
Peso: 0.421 kg
Acabamento: Livro brochura
Lançamento: 22/07/2010
ISBN: 9788535916966
Selo: Companhia das Letras
Chão de meninos
Zélia Gattai
Entre viagens a países longínquos e sentimentos ambíguos diante da política e da realidade, pequenas histórias do dia a dia e amigos que não param de lhe trazer surpresas, Zélia Gattai continua sua trajetória de narradora sábia e serena neste livro de memórias delicado.
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Um chapéu para viagem
Zélia Gattai
No aniversário de setenta anos de Jorge Amado, Zélia Gattai presenteou o marido com este livro sobre seus primeiros anos de casamento. Com bom humor e sensibilidade, ela narra as lutas políticas, as histórias divertidas da sogra e a descoberta da cultura baiana.
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Códigos de família
Zélia Gattai
Neste livro delicado, Zélia se debruça sobre os hábitos e as idiossincrasias de sua família, mostrando que seus laços não se sustentam apenas nos vínculos de sangue, mas, sobretudo, na celebração de uma mesma língua.
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Crônica de uma namorada
Zélia Gattai
Em seu único romance, Zélia Gattai revive a passagem da infância para a adolescência ao narrar o processo de amadurecimento de uma menina na São Paulo da década de 1950.
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Jardim de inverno
Zélia Gattai
Expulsos da França, depois de dois anos de exílio em Paris, Zélia Gattai e Jorge Amado são obrigados a se mudar para a Tchecoslováquia. Jardim de inverno narra os anos de desassossego e aflição, mas também de descobertas intensas, vividos pelo casal entre 1949 e 1952.
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Jonas e a sereia
Zélia Gattai
Para falar da origem das sereias, a professora Carolina Spacaferro conta a seus alunos a aventura de um pescador que um dia se apaixonou por um peixe. Publicado originalmente em 2000, este é o terceiro livro infantil de Zélia Gattai.
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Pipistrelo das mil cores
Zélia Gattai
Mais um divertido livro infantil de Zélia Gattai, que ganhou ilustrações de Pedro Rafael, Pipistrelo das mil cores é uma fábula em versos sobre uma criatura de asas coloridas, mais brasileiro do que muito mico-leão-dourado.
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