Mergulhar no tempo das cerejas, por Meritxell Hernando Marsal
Meritxell Hernando Marsal compartilha sobre os desafios do processo de tradução de "O tempo das cerejas"
"Caros amigos, eu venho de um país muito conturbado para outro país muito conturbado. Este mundo está se tornando mais sombrio. E quando eu me pergunto por quê, qual é o principal motivo para o fato de que o nosso mundo está se tornando mais nublado e sombrio, acho que um dos principais motivos é que todos nós nos afastamos cada vez mais dos horrores do século XX. Nós esquecemos. E se nós não esquecemos, nossos filhos e netos estão começando a esquecer."
Foi assim que Amós Oz começou sua conversa com os leitores brasileiros no último dia 24 de junho. O escritor israelense esteve em São Paulo, na Casa do Povo, para lançar seu novo livro de ensaios, Mais de uma luz. O livro reúne três textos: no primeiro, Oz revê e amplia seu artigo clássico, Como curar um fanático, argumentando em defesa da controvérsia e da diferença. No segundo ensaio, inspirado no livro Os judeus e as palavras, o autor tece uma belíssima reflexão sobre o judaísmo como eterno jogo de interpretação, reinterpretação, contrainterpretação. O texto final discute a candente questão da convivência em uma das regiões mais disputadas do mundo. Oz propõe um diálogo com a esquerda pacifista, sugerindo que se abandone o sonho de um estado binacional como solução para os conflitos entre Israel e Palestina - a saída, para ele, estaria na existência de dois estados nacionais diferentes.
Confira neste vídeo o bate-papo completo com Amós Oz.
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