Mergulhar no tempo das cerejas, por Meritxell Hernando Marsal
Meritxell Hernando Marsal compartilha sobre os desafios do processo de tradução de "O tempo das cerejas"
Ano novo, leituras novas. Aproveite nossa seleção de ficção, não-ficção e poesia para criar uma lista de leituras cheia de novidades para 2018. Os livros, que foram destaque em 2017, trazem temas como política, romance, relações familiares e História do Brasil. Escolha o ideal para você e aproveite para começar o ano com uma ótima leitura.
Novo livro do autor do best-seller O menino do pijama listrado é ideal para fãs e para quem ainda não conhece o trabalho de Boyne. Cyril Avery não é um Avery de verdade ou, pelo menos, é o que seus pais adotivos lhe dizem. E ele nunca será. Mas se não é um Avery, então quem é ele? Nascido nos anos 1940, filho de uma jovem solteira expulsa de sua comunidade e criado por uma família rica irlandesa, Cyril passará a vida inteira à mercê da sorte e da coincidência, tentando descobrir de onde veio — e, ao longo de muitos anos, lutará para encontrar uma identidade, uma casa, um país e muito mais.
É a vez de os leitores brasileiros conhecerem a face de contista dessa grande autora já consagrada pelas formas do romance e do ensaio. Publicado em inglês em 2009, No seu pescoço contém todos os elementos que fazem de Adichie uma das principais escritoras contemporâneas. Nos doze contos que compõem o volume, encontramos a sensibilidade da autora voltada para a temática da imigração, da desigualdade racial, dos conflitos religiosos e das relações familiares.
O leitor vai encontrar, nessa antologia, muitos motivos para se indignar. Desigualdade social, racismo, machismo, incontáveis modalidades de opressão e intolerância: esses são os temas tratados por 34 poetas brasileiros. Os poemas abordam temáticas sociais do passado e dos tempos atuais e são ideais para quem quer começar o ano entendendo as questões sociais.
Este volume chega para trazer o reconhecimento que as mulheres notáveis de nossa sociedade merecem. Aqui, você vai encontrar perfis de revolucionárias de etnias e regiões variadas, que viveram desde o século XVI até a atualidade, e conhecer os retratos de cada uma delas, feitos por artistas brasileiras. O que todas essas mulheres têm em comum? A força extraordinária para lutar por seus ideais e transformar o Brasil.
O jornalista Sérgio Rodrigues apresenta uma saborosa coletânea de oitenta cartas dignas de nota, recebidas ou enviadas por escritores, artistas e políticos — de Elis Regina a Olga Benário, de Chico Buarque a Santos Dumont, de Renato Russo a d. Pedro I —, entre outros personagens. O autor também contextualiza as cartas com fotos e textos e guia o leitor para que ele descubra mais sobre nossa história.
Neste romance autobiográfico, o autor percorre seus anos de estudante de escrita criativa na cidade universitária de Bergen. Com a honestidade que lhe é característica, explicita as dificuldades e frustrações que permeiam o caminho de todo aspirante a romancista: "eu sabia pouco, queria muito e não conseguia nada", confessa o narrador. Ele une as experiências da juventude conflituosa à experiência de formação como escritor que o tornou um autor mundialmente consagrado.
Em seu segundo romance, Fernanda Torres acompanha Mario Cardoso, um ator de meia-idade passando por uma fase de declínio na carreira. Ele decide encenar uma versão de Rei Lear — e as coisas não saem exatamente como esperava. Mescla eletrizante de comédia de erros com a velha e nem sempre boa vida como ela é, o livro atravessa diversas fases da carreira de Mario.
Histórias extraordinárias reúne dezoito contos assombrosos de Edgar Allan Poe, com seleção, apresentação e tradução do poeta José Paulo Paes. Este livro traz, entre outras obras-primas do mestre do suspense e do mistério, “A carta roubada”, “O gato preto”, “O escaravelho de ouro”, “O poço e o pêndulo” e “O homem da multidão”. A obra mostra o caráter macabro e a profundidade do trabalho de Poe.
Milton Hatoum retorna à forma da narrativa longa em uma série de três volumes na qual o drama familiar se entrelaça à história da ditadura militar para dar à luz um poderoso romance de formação. Nos anos 1960, Martim, um jovem paulista, muda-se para Brasília com o pai após a separação traumática deste e sua mãe. Na cidade recém-inaugurada, trava amizade com um variado grupo de adolescentes do qual fazem parte filhos de altos e médios funcionários da burocracia estatal, bem como moradores das cidades-satélites, espaço relegado aos verdadeiros pioneiros da capital federal, migrantes desfavorecidos. Hatoum explora a dinâmica de Brasília e sua dimensão pessoal e social, além de abordar temas como a ruptura familiar.
Em Pretérito imperfeito, a história é centrada em um casal que não consegue ter filhos e adota um bebê. Entrelaçam-se nessa história de vida três situações limite: a adoção, a dependência química e o racismo. O pai narrador se pergunta: “Teria sido possível em algum momento barrar o curso dessa história? Ou estava tudo escrito no livro do destino?”.
O livro resgata fatos, lugares e pessoas marcantes da juventude de Jô e reconstitui seus primeiros passos no mundo dos espetáculos, nas décadas de 1950 e 1960. Entre a infância dourada no Copacabana Palace e a dura conquista do estrelato, acompanhamos o autor do nascimento aos trinta anos. Os antecedentes familiares, a meninice privilegiada nos palácios da elite carioca, a mudança para um internato na Suíça, os marcos da formação cultural do futuro showman na adolescência, a paixão pelo jazz, a estreia modesta em pontas no cinema e na televisão, o primeiro casamento e, finalmente, a conquista do sucesso numa São Paulo fervilhante: tudo que você sempre quis saber sobre Jô.
Meritxell Hernando Marsal compartilha sobre os desafios do processo de tradução de "O tempo das cerejas"
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