Publicado originalmente em 2001, um dos livros mais contundentes da literatura brasileira contemporânea está de volta.
Publicado originalmente em 2001, um dos livros mais contundentes da literatura brasileira contemporânea está de volta.
A denúncia de um crime no noticiário da televisão, o acerto de contas seguido de um massacre no bar de periferia, a tocaia do delegado para prender um bandido, o justiçamento de um pivete, o contrato de espancadores para dar uma lição no sócio, o filho marginal que tem tudo para acabar morto e acaba mesmo morto. Qualquer habitante de uma cidade brasileira estará mais ou menos em casa ao ler o Marçal Aquino dos contos de Faroestes.
Em onze relatos breves e potentes, vagamos por ruas em que "as pessoas, mesmo quando estão alegres, evitam sorrir, para que ninguém desconfie", por bairros lembrados "por coisas e gentes que ficavam mais à vontade na página policial do jornal". Amigos, conhecidos e vizinhos se encontram para tomar cerveja, papear, jogar sinuca em locais como "o boteco onde aconteceu a chacina na sexta-feira". A miséria humana leva os personagens a serem confrontados com situações tão semelhantes às das páginas de crime dos jornais. E nada parece acabar bem para essa "gente áspera". Um dos grandes livros da literatura brasileira contemporânea, Faroestes ganha nova edição, com orelha de Ana Paula Maia e posfácio de Paulo Roberto Pires.
"Faroestes, de Marçal Aquino, é uma reunião de contos curtos e sombrios. Tudo é real. Durante a leitura, os sentidos se tornam mais apurados, o gosto de sangue na boca embrulha o estômago, o cheiro dos corpos mortos impregna os parágrafos e a sensação angustiante de medo e o peso das decepções embalam os personagens." Ana Paula Maia