Consagrado em vida pelo sucesso de A sangue frio, Truman Capote não se deu por satisfeito e radicalizou os princípios do jornalismo literário: em Música para camaleões, último livro que concluiu, o narrador divide a cena e a palavra com suas personagens.
Ainda jovem, Truman Capote percebera que "havia uma diferença entre escrever muito bem e a verdadeira arte; sutil, mas devastadora". Na literatura como na intimidade, viveu sob o mandamento de apostar sempre mais alto. Música para camaleões (1980), ao mesmo tempo suma de todo o seu savoir-faire literário e aposta em novas formas de escrita, é a prova cabal disso. De fato, o sucesso de A sangue frio (1966) criara um dilema para Capote: como seguir adiante sem repisar as próprias pegadas?
A resposta encontra-se nesse livro, que radicaliza o projeto do jornalismo literário. Livre da envergadura romanesca, do anonimato e da imparcialidade, Capote arrisca-se na exibição plena de si e dos outros em peças ágeis, onde personagens e situações se revelam com limpidez máxima, beirando a ficção, mal importa quem sejam: o próprio Capote, uma velha dama caribenha tocando piano para camaleões, um parceiro beatnik de Charles Mason, um serial killer cerebrino contra um detetive empedernido no meio-oeste americano, um velório na companhia de Marilyn Monroe. Nas pequenas jóias de Música para camaleões, todos se revelam em exposição máxima, plenos de brilho, horror ou vulnerabilidade.
Título original: Music for chameleons
Tradução:
Sergio Flaksman
Páginas: 312
Formato: 14.00 X 21.00 cm
Peso: 0.388 kg
Acabamento: Livro brochura
Lançamento: 15/02/2006
ISBN: 9788535907827
Selo: Companhia das Letras
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